quarta-feira, 16 de março de 2016

Email aberto à BR Marinas

Email aberto à BR Marinas
                                                                                  
Rio de Janeiro, 16 de março de 2016.                                                
                                   
"Em atenção também à Senhora Gabriela Lobato, senhores Pedro Guimarães e Cláudio Alves.                                                                             

Caro Cristiano Jardim,

Conforme seus dois últimos telefonemas (14/3 e hoje) solicitando deslocamento do meu pequeno bote de apoio, do Pier Principal Flutuante para um píer provisório, com urgência, gostaria de reafirmar o que tenho dito não só à você com também aos senhores  Cláudio Alves e ao Pedro Guimarães.

Luto por uma Marina da Glória que de fato tenha com atividade base a náutica, destinada para seu desenvolvimento num Pais de dimensões continentais e muito carente deste. 




Quantos de fato não lucrarão com o crescimento do numero de usuários de embarcações Brasil à fora, cônscios, educados ambientalmente? Estes próprios? Os fabricantes de barcos e assessórios? A iniciativa privada criando novas marinas? Em termos de Segurança Nacional, também a Marinha do Brasil? A Sociedade de uma forma geral ?  

Apesar da BR Marinas colocar em várias mídias que está abrindo a Marina da Glória ao Público, não é o que de fato está fazendo quanto à Náutica. Preparou várias outras áreas para funções distintas como para eventos diversos, vários restaurantes, lojas e garagens, que lhe trarão diversas fontes de receitas.

Não obstante  a estas, impõem à náutica uma Tabela de Preços de vagas para embarcações que exclui já de inicio os barcos menores, mesmo que sejam estes imperiosos quando de fato se propõem à um Desenvolvimento Náutico. 

Da mesma forma exclui toda e qualquer área de manutenção de embarcações, o que é básico e indispensável, alem de não oferecer vagas secas para veleiros, nem mesmo para os de competição que necessariamente precisam destas.

Desta forma como eu posso assinar um contrato com a BR Marinas? Não luto há anos apenas para uma vaga para meu veleiro, isto é de conhecimento público.

O que você me pede agora, junto ao que é feito há 4 meses, desde que não me mandaram mais Boletos para pagamento,  os tenho feito através de depósitos à BR Marinas como já dito, alem da pressão que me é feita há anos, nada mais é que ir me colocando para fora da Marina da Glória.

O píer para o qual você sugere que eu leve o bote de apoio, que possibilita o acesso ao meu pequeno veleiro na poita,  não faz parte do Projeto BR e deixará de existir. Destina-se hoje, entre outras pouca embarcações, as que tentam retirar “lixo” da Baia da Guanabara (catar agulhas no palheiro). 

Quanto à estes, “ecoboats”, aproveito aqui para mais uma sugestão, deveria haver apenas um, em “Cais Nobre”, com  Finalidade Educacional, para mostrar aos jovens a dificuldade de se retirar, à alto custo, de uma “imensidão de águas” uma pouca quantidade de recicláveis. Também conscientiza-los  da necessidade primordial de não se jogar ao léu o que erradamente não se dá valor e de se ter o necessário sistema urbano de coleta.

Propus outrossim a você, ao Cláudio e ao Pedro Guimarães, que até seja definida a situação tanto jurídica da atual administradora  quanto à  minha vaga na enseada, em reconhecendo a Luta de um cidadão – “não do antonio”- pelo que acredita ser necessário para o Verdadeiro Desenvolvimento de uma Sociedade, uma Escada de Acesso ao Crescimento Social, que fosse mantido o nosso relacionamento de até então.

Infelizmente não encontrei apoio de vocês até o momento, mas continuo insistindo; não tenho vontade de deixar de lado este Espaço, que continuo tendo como Publico, apenas estar sendo administrado pela iniciativa privada.

Tenho lutado por uma Marina da Glória que realmente dê acesso ao cidadão comum, não ao dito “espaço aberto agora” (?) 

Ao meu ver este é para o cidadão ficar “à ver navios”, mas à náutica de fato, não. Já de inicio vemos que o divulgado, em diversas mídias, pela atual administradora, de fato  não corresponde à realidade, se, por exemplo,  são cobrados R$1.650,00 mensais para um veleiro de 20 pés (digamos, em 01 ano o valor do próprio barco), em vaga molhada. Enquanto isto a administradora paga ao município aproximadamente R$ 23.000,00 mais 2% de um faturamento liquido, por mês; há equilíbrio financeiro nesta relação usuário/administração? E não são tantas as outras fontes de receita dos administradores?!

Fiz, neste em alguns outros emails, alguns questionamentos quanto a espaços e serviços que poderiam, e ao meu ver deveriam, ser oferecidos, independentemente das questões jurídicas em andamento; não tive respostas a não ser com um sistemático e silencioso afastamento de minha pessoa/veleiro/bote de apoio.

Diante do acima exposto pode-se dizer, às vésperas de uma Olimpíada, que o Verdadeiro Espírito desta está de fato sendo praticado?

Cristiano, há um espaço outro onde se possa colocar um “bote de apoio”, dentro do Projeto BR Marinas, que admita a Luta Democrática por um Espaço Público, ou esta Chama está de fato sendo totalmente apagada por parte desta administradora?"  


Antonio Guedes

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