terça-feira, 22 de junho de 2010

NAS BARBAS DA JUSTIÇA... E DAÍ?

Deu hoje, 22.06.2010, no Alcelmo Góis, de O Globo: (Ancelmo Goisoglobo.com.br/ancelmo)

"Rádio arquitetura
O arquiteto Índio da Costa é quem vai tocar o projeto de revitalização e expansão da Marina da Glória, do grupo Eike Batista"

O NOSSO PARQUE DO FLAMENGO JÁ É DO EIKE????  É BOM PROCURAR O RESPONSÁVEL....

quarta-feira, 16 de junho de 2010

PARQUE DO FLAMENGO NO RIO: UMA GRILAGEM "AUTORIZADA"!

1. Grilagem é a tônica da apropriação de terras no Brasil. Tecnicamente, a grilagem se faz por meio de falsas escrituras de terras. Nas terras e bens públicos ela se faz pela "tomada" dos espaços, pela sua manutenção ilegal através de longuíssimos processos judiciais e, posteriores pressões, ou acordos com governantes de plantão para "regularizar" estas situações que se estabilizam pela força da inércia governamental.




2. Assim se dá no Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro. Há 11 anos - isto mesmo onze anos ! - tramita na Justiça uma ação judicial na qual os contratados para gerir uma Marina Pública de barcos tentam transmutar o seu contrato de administração em um contrato de cessão de terras públicas. Ou melhor, em uma secção de um Parque público, instalando ali um clube privado de eventos.


3. A Justiça Federal já decidiu em 1ª (em 2006), e em 2ª instância - e em plena pressão do PAN - que era e é legítima a decisão administrativa do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em manter o Parque público não edificável. Seccionar o Parque seria um grave precedente que contruibuiria no desmantelamento e na destruição deste bem público.

4. A decisão do Tribunal Regional Federal, no Rio, neste sentido, é de agosto de 2009. Depois disto, o particular, "dono" do contrato de administração da área, hoje o mega-empresário (acima da lei?) E.Batista, opôs recurso à decisão - embargos de declaração e infringentes, pois não tinha "entendido bem o que os desembargadores tinham decidido". Perdeu também, com a decisão em dezembro de 2009. Agora recorreu ao Superior Tribunal de Justiça.


5. Enquanto vai "enrolando" na Justiça, mantêm a área com grades, tira árvores, asfalta a beira da enseada, promove shows caipiras no local onde havia parque; enfim, age como se fosse já dono do seu "clube" privado, e nada, absolutamente nada acontece para retorno à legalidade, apesar das decisões judiciais em contrário.


6. O que chama a atenção em tudo isto é que tudo se dá à margem da lei, apesar das ações judiciais. A impunibilidade em relação à apropriação do patrimônio público é gritante. E, após quase 12 anos parece que tudo vira natural. Há crianças que nasceram e, com 12 anos já começam a ver como "natural" as grades no Parque, e aquele espaço como um clube privado de shows.


7. Quando a ação judicial tiver 20 anos será que sua decisão poderá ser efetivada? Ou será este o tempo que os novos "donos" da área precisam para se consolidar, socialmente, na área pública grilada, sob os olhos da sociedade, do Poder Público e do Judiciário?

Vejam as decisões judiciais no site http://www.soniarabello.com.br/  , na seção Interesse Coletivo/Parque do Flamengo