terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Parque do Flamengo: nova empresa de manutenção e conservação

Parque do Flamengo tem nova empresa de conservação e manutenção:  é a Erwil Construções Ltda.

O contrato tem o valor de mais de R$ 5 milhões. É muito dinheiro !

Bom para o Parque e, tomara, que seja tudo muito bem feito. Vamos ficar atentos.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Parque do Flamengo e o Maracanã: patrimônio público que se esvai

Área do Bosque : Novo projeto do Sr. E. Batista ameaça a integridade do Parque do Flamengo
Uma das notícias que me chamou a atenção no escândalo da Operação “Porto Seguro”, promovida pela Polícia Federal, foi a suspensão da concessão de terras da União à pessoas físicas e jurídicas privadas; neste caso, diz a notícia, o Dr.Weber, da Advocacia da União, hoje indiciado, teria afirmado em seu parecer: “Nada mais corriqueiro do que a concessão de domínio útil para pessoas jurídicas em terrenos de marinha”. 

De fato, com pareceres jurídicos tudo fica aparentemente possível. Talvez, legalmente viável, até ser melhor investigado pela Justiça que, lenta na maioria dos casos, corrobora para a teoria do “fato consumado”. 

No Rio, o que vemos talvez não seja um escândalo como o da Operação “Porto Seguro”, mas um enorme incômodo pela falta de legitimidade (no mínimo) nas Operações Maracanã e Parque do Flamengo realizadas pelo Governo do Estado e pela Prefeitura do Rio para subtrair da gestão pública dois bens patrimoniais simbólicos e dá-los em “concessão” a um empresário privado. 

Nos dois casos, às empresas X do Sr. E.Batista. Quem pensa que o caso da cessão de parte do Parque do Flamengo, denominada Marina da Glória é um caso encerrado, errou redondamente na avaliação. Silenciosamente, o empresário não desistiu de subtrair da área comum do Parque Público a “sua” parcela de terras da União administrada pela Prefeitura do Rio.

Depois de ter “desistido”, em 2011, de um escandaloso projeto que teria sido “aprovado” pelo IPHAN e cuja ata de decisão do Conselho Consultivo demorou nove meses para aparecer – reunião esta cuja gravação desapareceu -, o empresário propôs um novo projeto para ocupação da área pública e que está em tramitação na Superintendência Regional do IPHAN Rio. 

Consta que os pareceres técnicos são contra, até porque o projeto pretende re-ocupar a recém conquistada área do bosque e da Prainha, reabertos ao público em decorrência de sentença judicial dada em uma ação popular promovida por dois cidadãos cariocas! 

O empresário insiste em tomar para si a área pública onde promove shows, festas, vende espaços e faz todo tipo de exposições. A última, infelizmente, resultou em desastre, com feridos e morte! Mas nada o detém.

Este mesmo empresário é também o candidato a receber a concessão do Complexo Desportivo do Maracanã para explorá-lo por décadas, após sua bilionária reforma e destruição de equipamentos de desportivos, escola pública e patrimônio histórico.

Tudo sob o codinome de “parceria público-privada”. ”Nada mais natural”, diria um parecer jurídico… Privatizar terras e bens públicos sem parar! Desde 1500 este é o lema no Brasil dos colonizadores. 

Temos sempre novos colonizadores e novos administradores “reais” dispostos a “conceder” o patrimônio público por vinténs. E esta é a pior parte. Dos colonizadores esperamos a ganância; mas dos administradores públicos, não! 

Um dia, quem sabe, no Rio teremos a nossa “Operação Rio” para recuperarmos o patrimônio público que, em nome de uma pseudo modernidade administrativa, agora com codinome de parceria público-privada, nada mais faz do que repetir a velha forma colonial de grilagem do patrimônio e dos bens públicos…

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Parque do Flamengo: plantando desastres?

Ao alto: Destaque exclusivo da estrutura segundos antes do acidente

O desastre que aconteceu no último sábado, 24, na área do Parque do Flamengo/Marina da Glória não é algo casual ou fruto da força maior do destino.

Ele foi e é de responsabilidade dos gestores daquela área pública, explorada até às entranhas pelo contratado privado, hoje o grupo EBX, do empresário E.Batista. Dele resultou a morte de uma pessoa, e ferimento de outras duas.

E por que aconteceu?  Aconteceu por consequência da ganância e da imperícia daqueles que exploram este bem público, somada à complacência das autoridades federais e municipal que permitem que isso aconteça.

Será que este desastre acordará os responsáveis e fará com que eles tomem a atitude que se espera deles?  Vamos cobrar...

O Governo Municipal é complacente por permitir e autorizar mega equipamentos provisórios, dentro de um parque público, declarado paisagem cultural mundial, subtraindo e destruindo parte substancial do parque e obstaculizando suas funções de lazer e de acesso público irrestrito.

O Governo Federal é triplamente responsável: por fazer vista grossa aos desmandos do Governo Municipal, complacente com o contratado - a EBX -  na gestão daquela parte do Parque.  

O órgão de preservação do Patrimônio - o IPHAN - não reage à altura do dano ao patrimônio mundial, a Secretaria de Patrimônio da União faz vista grossa à apropriação privada deste bem público e ministérios federais (no caso o do Desenvolvimento Agrário) ainda dá dinheiro público para que isso aconteça.

Tudo tem um objetivo último: de fazer com que a população esqueça de que a chamada área da Marina da Glória é uma área integrante, e indivisível de um bem público indivisível - o Parque do Flamengo - bem de uso comum do povo, e patrimônio cultural não só do povo carioca, fluminense, brasileiro, como também mundial.

Quem ama, cuida.  Amamos?

Não deixe de ver a série de fotos sobre a mega intervenção no local. Clique aqui.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Parque do Flamengo: Prefeitura do Rio recorre da decisão de retirada do muro da vergonha

Foi muito festejada a retirada do chamado muro da vergonha que cercava parte do Parque do Flamengo, na área denominada de Bosque e área de Piquenique.    

A decisão da retirada foi concretizada em agosto deste ano, após o juiz federal ter imposto uma multa pessoal ao prefeito, caso ele não cumprisse sua decisão. O muro foi retirado (aliás, ele já estava quase caindo). 

A Prefeitura pediu ao juiz o perdão da multa, e o mesmo deferiu. 

Mas, para nosso espanto, a Prefeitura recorreu da decisão de retirada do muro!  

Resta a pergunta: será que a Prefeitura do Rio é favorável ao cercamento do Parque do Flamengo?  Por que recorreu da decisão? Vejam as fotos da área com o muro e sem ele.

Antes



Depois 
 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Desfile reúne 1.500 motocicletas no Rio de Janeiro

Mais degradação no Parque do Flamengo ...


Notícia publicada no G1

"Um desfile reuniu cerca de 1.500 motocicletas no Rio de Janeiro, neste domingo (16), informou a organizadora do evento. O trajeto de 35 km, que durou 1 hora, começou na Marina da Glória e passou por diversos pontos turísticos da cidade, como a praia de Copacabana e a Igreja da Candelária. Apesar de a maioria dos usuários de motos serem cariocas, a parada também atraiu pessoas de outras partes do país.

`Eu e minha amiga rodamos 900 km de moto para vir de Curitiba ao Rio de Janeiro´, explica a professora universitária Lisiane Lange, de 29 anos.

A motociclista, que tem habilitação para motocicletas há dois anos, participou do desfile com sua Harley-Davison. `Acho muito legal a integração, o espírito do motociclista é diferente, existe muita parceria´, diz a professora universitária.

Esta união também pode ser vista em diversos casais que participaram da parada. Em alguns casos cada um com sua moto ou levando o parceiro na garupa. “Gostamos muito de andar junto”, afirma o advogado Kassin Raslan, de 36 anos.

Ele teve a companhia de sua mulher, Ida Raslan, professora, de 35 anos, como passageira; eles percorreram 110 km para vir ao Rio. “O passeio foi incrível. O Rio de Janeiro é realmente uma cidade maravilhosa”, disse Ida. 

Participantes de todas as idades 

Entre os que rodaram no desfile também marcaram presença motociclistas mais experientes, como é o caso do aposentado Henrique Ferreira, de 72 anos.

`Foi uma sensação maravilhosa nunca tinha feito um passeio como este´, explica Ferreira. O carioca contou com a companhia de seu conterrâneo, Vitor O´hara, engenheiro de 56 anos. 

`Acho que foi muito legal e também serviu para divulgar as belezas da cidade´, diz O’hara. 

O desfile de motos fez parte da 2ª edição do Rio Harley Days que termina neste domingo. 

Este festival promoveu diversas atividades para os motociclistas e fãs de motos. Além de test-rides e motos expostas, tive apresentações de militares e shows de bandas.

“O desfile funciona como o um ritual, o gran finale, para fechar com chave de ouro nosso encontro”, explica Júlio Vitti, gerente de marketing da Harley-Davidson no Brasil."

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Vitória Judicial! Parque do Flamengo reconquista parte de seu território público

Após multa de quase R$ 15 milhões, Prefeitura acatará ordem judicial



Muro da vergonha no Parque do Flamengo: uma dívida
da Prefeitura para com os cidadãos do Rio
Enfim, a Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, anunciou, para às 13h, o cumprimento  da decisão do Juiz federal Rodrigo Gaspar de Mello, para retirada dos tapumes instalados na Marina da Glória, no Parque do Flamengo, permitindo assim liberação da área para a circulação de pedestres.

Até hoje, a Prefeitura não havia cumprido o que determinava a sentença de mérito, com tutela antecipada pedida pelo Ministério Público Federal, para que o Município, no prazo de 30 dias, a contar do recebimento da intimação (7.02.2012),  promovesse a retirada dos tapumes das áreas do Bosque, e da Prainha, estabelecendo uma multa diária de R$ 100 mil, em caso de descumprimento.

O prazo para cumprimento da decisão e retirada dos tapumes terminou em 8 de março de 2012. E, pela fato de a Prefeitura não ter cumprido a sentença até  a última sexta-feira, dia 27 de julho,  elevou a pena pecuniária a fantásticos R$ 14.300.000,00 (!).  Tudo isso resultado de uma ação popular impetrada por dois bravos cidadãos cariocas!

Para tentar convencer o Município a cumprir a simplória obrigação de retirar os tapumes, devolvendo o Parque aos seus verdadeiros donos, a população, o Juiz teve que dobrar o valor da multa, de R$ 100 mil para R$ 200 mil, e submeter também o prefeito à multa diária pessoal de R$ 10 mil. 

Improbidade - Além disso, em razão do prejuízo causado aos cofres aproximadamente R$ 15 milhões (!), face à omissão da Prefeitura, o magistrado determinou ainda que fossem analisados possíveis atos de improbidade administrativa. (Confira a decisão na íntegra)

É bom ressaltar que a Prefeitura, hoje, finalmente dará cabo desse imbróglio não de forma espontânea, mas como resultado de uma longa peregrinação sentencial e cujos efeitos financeiros serão sentidos no bolso de todos os contribuintes dessa cidade, afetados duplamente, uma vez que, além de arcar indiretamente com as consequências do descumprimento, estavam impedidos de circular pelo Parque que sempre foi e deverá continuar sendo de todos, sobretudo agora, que integra a Paisagem Cultural da Humanidade.



Depoimento dos frequentadores do Parque



Mais registros aqui.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Parque do Flamengo: “estrago insustentável”

Parque do Flamengo é manchete em jornal como “estrago insustentável”, após o mega evento da Cúpula dos Povos ali realizado.

Postamos a notícia em nosso blog (leia), uma semana antes, falando sobre o que agora é noticiado.

Destacamos que, a única área de “eventos”, a Marina da Glória, recusou-se a “emprestar” “sua”área.

Veja a matéria aqui.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Parque do Flamengo deve ser salvo!

Parque do Flamengo, recuperado para a Cidade, é uma meta para nós, e uma dívida da Prefeitura para com os cidadãos do Rio.

Muro da exclusão- População sem acesso à Marina da Glória
Há dez anos a Prefeitura vem permitindo a “apropriação” privada de uma das partes mais bonitas do Parque: a área denominada Marina da Glória.

Neste ano, foi a única área do Parque que não recebeu a Cúpula dos Povos, embora seja a área mais apta a isso, já que recebe inúmeros eventos, e já anuncia receber, em setembro, mais uma vez, o evento de motocicletas Harley-Davidson !

Há tanto tempo cercada, faz com que uma criança, que tenha dez anos de idade, e frequente o Parque, pense que aquele pedaço de terra é algum clube particular. Não é, mas funciona com tal.

É essa a estratégia: levar tempo suficiente para que as pessoas esqueçam do que aquela parte do Parque realmente é: um pedaço de um Parque Público, indivisível, insusceptível de apropriação privada.

Nesta segunda-feira, dia 25, estarei em Brasília, como palestrante do Seminário Internacional de Gestão do Patrimônio Público, falando sobre a “Função Social e ambiental da propriedade pública e seus desdobramentos”, promovido pela Secretaria (nacional) do Patrimônio da União.

Falarei, e mostrarei as fotos abaixo, que demonstram a cabal necessidade de se concretizar, de fato, e em cada pedaço de terra pública, o compromisso inexorável da Administração Pública em sua preservação para uso público, ambiental e social!

No Parque do Flamengo, o muro da “vergonha”, como é popularmente hoje chamado, é a mais feia cicatriz da exclusão social em uma área pública de lazer, em favor de um interessado privado, hoje uma empresa do grupo EBX!

Abaixo as fotos tomadas no evento de fora “Cúpula dos Povos”, e como as áreas internas foram excluídas do evento do Rio +20!


sexta-feira, 15 de junho de 2012

RIO +20 começa e a luta continua...


É nossa esperança que o início da Rio +20 dê apoio às ações de preservação na Cidade do Rio, sobretudo depois que ela acabar.

Só nesta semana, paralelo ao evento oficial, houve, no "Rio+20 real", movimentos super importantes que lutam pela preservação de áreas da Cidade: a manutenção da Praça Nossa Senhora da Paz, para a qual fizemos uma petição contra o seu destombamento, a manutenção da Mata Atlântica em Deodoro, o movimento contra a demolição do histórico Quartel Central da Polícia Militar, no Centro do Rio.

Enquanto isso, na Rio+20 oficial, a visão do monumento tombado - o Forte Copacabana - ficou encoberta pelas enormes estruturas de andaimes!

Forte de Copacabana

Após a Rio +20, esperamos também que haja uma recuperação do Parque do Flamengo, pois, durante o evento, a sua  área, que é também tombada, está sendo ocupada como se se tratasse de um mero aterro (como é vulgarmente chamado), e não como uma preciosa unidade de conservação. (Veja os registros aqui)


Parque do Flamengo, mais uma vez ocupado

E, o mais espantoso, é que a única área já degradada do Parque, e que é usada para eventos e festas - a área pública da Marina da Glória - foi excluída da ocupação pela Cúpula dos Povos.

Segundo informação da assessoria de comunicação do evento, a autorização para seu uso não foi concedida. Quem não autorizou? O novo dono desta área do parque público? A MGX?

É que na prática, a teoria é outra.

Que a forte mobilização do evento restabeleça um apoio real da sociedade às políticas de preservação do nosso patrimônio ambiental e cultural.

Confira mais registros da ocupação do Parque do Flamengo:

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Parque do Flamengo: investimento público, apropriação privada!

É isto a sustentabilidade?

Lá, no coração do Parque do Flamengo, aonde vão se desenvolver as reuniões da Cúpula dos Povos pela Rio +20, o espaço público e o acesso ao mar (Baía de Guanabara) é objeto de luta, na Justiça Federal, pela sua manutenção como espaço público, contra sua paulatina privatização.

Há cerca de apenas uma semana, o Ministério Público Federal propôs mais uma ação na Justiça Federal do Rio, contra a MGX (leia-se Eike Batista), para que a empresa “restitua à finalidade pública do Parque do Flamengo, especificamente no que se refere ao acesso público, a área da Marina da Glória” (...). 

Segundo o inquérito civil, mencionado na ação civil pública proposta, várias partes do Parque foram fechadas com portões e cadeados, vedando o acesso ao mar por parte da população, e pelos frequentadores do Parque.

Confira os pedidos do Ministério Público Federal, na ação proposta em 23 de maio de 2012:

“1. Retirada de cadeado do portão de acesso à rampa, situada na Enseada do Calabouço, nas proximidades do Clube Náutico Santa Luzia, permitindo acesso público irrestrito de pedestres e barcos no local;

2.  liberação do portão de ferro, situado na escada situada em uma interrupção do muro de contenção do aterro, nas proximidades do Monumento aos Pracinhas, permitindo acesso irrestrito de pedestres e barcos no local;

3. liberação do acesso do público à partir da Administração da Marina da Glória;

4. liberação do acesso ao público à Praia do Flamengo e ao portão principal da Marina da Glória, com a retirada de cerca implantada no local;

5.  retirada da cisterna, do alargamento do píer em trecho próximo a ela e das estacas implantadas no espelho d´água em 2007, com a liberação do acesso público ao mar, possibilitando o uso do trecho em que se encontram para treino e competições de remo”

Ou seja, o Parque do Flamengo sendo privatizado nas nossas barbas...

Investimento público, apropriação privada: é isto a sustentabilidade?



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Parque do Flamengo - Novos registros da ocupação da área pública

Relato do Professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ, Helion Póvoa Neto, enviado à vereadora Sonia Rabello, em defesa da preservação do espaço público, no Parque do Flamengo:

"Prezada Vereadora Sonia Rabello,

Sabendo de todo o seu empenho pela preservação da área pública do Parque do Flamengo, venho trazer ao seu conhecimento a ocupação que vem sendo feita, cada vez mais, pelo restaurante `Porcão´ no Parque do Flamengo. 

O dito estabelecimento vem se apropriando área de calçamento que é passagem de pedestres e gramado, além de cobrir vegetação do parque com toldo de plástico, com risco de causar danos à mesma.

Hoje (12/2), passei pelo local e documentei, com fotografias, o que me pareceu ser uma invasão de espaço público, com prováveis danos à integridade do parque e evidente prejuizo ao seu usufruto pelos freqüentadores.

Além de tudo isso, cabe acrescentar que os seguranças do restaurante Porcão tentaram impedir meu acesso a esta área do parque coberta pelo restaurante, alegando que eram `ordens da empresa´.

Aguardando seu empenho na denúncia deste fato e oferecendo-me para apoiá-la no que for preciso.

Atenciosamente,

Helion Póvoa Neto

Professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ"

Registos:







segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Parque do Flamengo pode voltar a ser totalmente público

Justiça Federal dá 30 dias à Prefeitura do Rio para retirar os tapumes que cercam parte dos jardins do Parque

 
Várias são as ações judiciais que tramitam na Justiça Federal, que tentam recuperar para a Cidade do Rio e para seus cidadãos, áreas do Parque do Flamengo que, ao longo dos anos, foram sendo retiradas do uso público, para servirem a outras finalidades, geralmente de interesse privado, estranhas ao projeto original do Parque.

Uma dessas ações foi uma Ação Popular, iniciada em 2008, de autoria de dois cidadãos inconformados - Eunice e Heitor.  Eles acreditaram na Justiça, e foram energéticos: assumiram bancar uma ação judicial contra a Prefeitura do Rio de Janeiro, e contra a empresa contratada para administrar a área do Parque denominada de Marina da Glória, a EBTE (esta empresa foi comprada pelo grupo EBX, de propriedade do Sr. E.Batista). 

Por incrível que pareça, deu certo!  E, hoje, só temos a agradecer a esses destemidos cidadãos que, por sua atitude corroborada pelo inequívoco apoio do Ministério Público Federal, bancaram, por todos, a preservação dessa área do Parque do Flamengo.

É verdade que trata-se, ainda, de uma decisão do Juízo de 1º grau, em relação à qual cabe recurso ao Tribunal Regional Federal.  Porém, acreditamos, que pelo "andar da carruagem", o Tribunal deva manter a decisão. 

Afinal, os tapumes que cercam essa parte do Parque há quase dez anos, escondendo a dizimação da área do Bosque, além de serem uma vergonha, são um lixo!  Quem, na Cidade, terá coragem de receber delegações internacionais da Conferência Rio +20 com o nosso mais bonito Parque público assim tratado?

A decisão do Juiz Federal Rodrigo Gaspar de Mello é primorosa, tanto na análise da questão pública, como nos fundamentos de sua decisão.

O pedido dos autores da ação popular era simples: pediam que os réus (Prefeitura do Rio e empresa) se abstivessem de “promover qualquer modificação nas áreas denominadas Bosque e Prainha, contíguas ao espaço da Marina da Glória no Parque do Flamengo, considerando que o réu vinha empreendendo obras no local, que é bem de uso comum do povo e objeto de tombamento”. 

Isto porque os réus, além de terem retirado árvores e brinquedos, haviam cercado a área do Parque com tapumes, interditando-a ao uso público!

E qual foi o fundamento dessa decisão?

Diz o insigne Juiz em sua decisão: “O Parque do Flamengo é coisa tombada e as áreas conhecidas como Bosque e Prainha o compõem. Não podem, portanto, em nenhuma hipótese, sofrer destruição, demolição ou mutilação.  A realização de qualquer construção que avance sobre o Bosque ou sobre a Prainha implica destruição de coisa tombada e está proibida pela primeira parte do art.17 do Decreto-lei 25 de 1937”.

Por isso a Justiça determinou que:
 
O Município do Rio de Janeiro “não realize ou, caso iniciada, que paralise imediatamente qualquer obra sobre as áreas do Bosque e da Prainha”.
       
Que o Município, “no prazo de 30 dias a contar do recebimento da intimação – promova a retirada dos tapumes que atualmente se encontram nas áreas do Bosque e da Prainha do Parque do Flamengo” 

Tudo com multa diária de 100 mil reais, em caso de descumprimento.

A Justiça Federal do Rio, com esta decisão, somada às dos processos anteriores, avança na proteção dos espaços públicos ambientais da Cidade. 

Faz renascer a esperança e a fé de que a luta vale a pena!  Nós todos agradecemos aos atores de mais este ato de sucesso em prol dos interesses públicos coletivos!



terça-feira, 24 de janeiro de 2012

"Eike, o dono do Rio ?"

Carta do leitor Jorge Mendes:

"Ao Elio Gaspari

Não obstante as benemerências praticadas em favor da Cidade do Rio de Janeiro, há de se ponderar que o amigo Eike Batista não é o `dono´ do Rio. Se até os morros deixaram de ter `donos´ não será a Cidade Maravilhosa agora adonada. 

A efetiva cidadania é quando o contribuinte tem como referência um transparente Estado Democrático de Direito. Louvemos e agradecemos as boas contribuições que são dadas ao Rio pelo Eike Batista. Mas o prefeito e o governador têm que ouvir o povo.

Concordo e acho e assino embaixo com seu ponto de vista, de que a ideia de aproximar a beleza da Marina da Glória com o Hotel Glória é boa, mas isso não autoriza ao amigo Eike Batista a promover estragos no belo Parque do Flamengo.

Para a realização dos eventos que ocorrem atualmente na Marina, estão sendo invadidos espaços públicos para estacionamento. Uma bela, arborizada e bucólica praça, ao lado da Marina, está desfigurada e descaracterizada e entregue à EBX, para estacionamento, através de um artifício da Prefeitura chamado de Termo de Cessão de Uso. 

Será este o artifício pelo qual perderemos a praça? É uma praça integrante do Parque tombado. Ora! Um naco do Parque ontem de madrugada, um naco do Parque hoje a noite, vamos acordar no movimento dos sem-lazer, pois logo o Parque estará todo privatizado.

Penso que a Marina fora concebida para eventos náuticos. Ainda há pouco os moradores da rua do Russel, na Glória, eram incomodados com o barulho dos shows de música na Marina, que varavam a noite.

Recebido pelos moradores, o gerente da Marina, explicou que os barulhentos shows constavam de contrato firmado pelo concessionário anterior e que a EBX faria obras de tratamento acústico para continuidade dos shows, pois a EBX adquiriu a Marina para ter lucro compatível com os investimentos aplicados pelo Eike. 

A segunda edição da Feira Brasil Rural Contemporâneo, realizada na Marinha, trouxe ao Parque e a Glória grandes e consideráveis transtornos. Era um evento aparentemente simples. Naqueles dias perdemos a praça para os carros visitantes.

A Marina, observado o bom senso, deve ser lugar para realização somente de simples eventos náuticos. Recentemente, a câmara municipal revalidou o Alvará da Marina para o Eike. 

Será que nossos edis deram poderes plenipotenciários à EBX no uso da Marina? A CM/RIO, a Prefeitura, o IPHAN e o Estado do RJ não podem jogar contra o patrimônio, em respeito e em reverência a memória de Lota Macedo e Burle Marx."

Jorge Mendes