quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A FATIA CRÍTICA DO PARQUE DO FLAMENGO, A MARINA DA GLÓRIA, NÃO GANHOU PRESENTE DE NATAL

Foi anunciado na imprensa que o novo empresário que explora a Marina da Glória, Eike Batista, teria se comprometido a cumprir a sentença judicial, que aprovou a decisão do IPHAN de proteção do PARQUE. Contudo, os resultados ainda não vieram.

Eis o que saiu no GENTE BOA -

Gente Boa

Pilar e Marina

A retirada das estacas da Marina da Glória, que deveria ter começado
ontem,foi adiada para a segunda quinzena de janeiro. O trabalho é mais
complexo do que se imaginava. Cada pilar tem oito metros de profundidade e fica sob uma camada de lama e lodo.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

REPRODUZINDO GULLAR...

São Paulo, domingo, 01 de novembro de 2009

FERREIRA GULLAR Em direção à desordem

O prefeito do Rio decidiu promover corridas de Fórmula Indy no aterro do Flamengo, área de lazer que ostenta belos exemplares da mata brasileira, ali plantados por Burle Marx. Vão atormentar os moradores do Flamengo e envenenar a fauna e a flora do parque, embora exista na cidade um autódromo. Sai um imperador entra outro!

Reproduzido da FOLHA DE S.PAULO - ILUSTRADA.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

HÁ MUITAS PROPOSTAS DE EDIFICAR, MAS O PROBLEMA DA BAÍA SUJA...MUITO DINHEIRO, E NADA...

Reproduzimos aqui notícias interessantes sobre o tema:

"VELA

21/10/2009 - 16:05Lars Grael quer Guanabara limpa até 2016, mas sugere Búzios como plano B para Jogos
Antonio Alonso JrDa redaçãoA discussão sobre a factibilidade da limpeza da baía de Guanabara até as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, foi levantada no final da semana passada em uma coluna de Miriam Leitão, no Globo, e repercutida posteriormente nos blogs de Axel e Lars Grael. Especialistas consideram impossível limpar a baía em sete anos, mas reconhecem que esse tempo é suficiente para avanços grandes. O problema é que a baía hoje é tão suja que mesmo se 80% do esgoto que hoje é jogado lá passar a ser tratado, ainda sobram os dejetos não-tratados de 600 mil pessoas, o equivalente a toda população de Niterói e ainda uma Nilópolis inteira.Em seu blog, Lars Grael diz que o desafio não é motivo para jogarmos a toalha tão cedo, mas colocou um pouco de realismo na discussão: "Será que dá pra fazer? Tomara. Mas seria fazer em 7 anos, muito mais que o Plano de Despoluição da Baía de Guanabara, o PDBG, não fez em 14!". Por isso Lars levantou a possibilidade de a Vela ser disputada em Búzios, a 180 km da "cloaca suja que hoje infelizmente se encontra a Baía de Guanabara". É uma discussão que está apenas começando. Afinal, um dos argumentos usados na defesa da candidatura carioca foi justamente que todas as modalidades seriam disputadas na própria cidade. Além disso, políticos, ambientalistas e também empresários como Eike Batista, que anunciou um acordo para a compra da Marina da Glória às vésperas do anúncio da sede olímpica, têm grande interesse na despoluição da baía e no próprio desenvolvimento da estrutura da marina.Axel Grael, que teve um grande papel no PDBG e já foi presidente da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente do Rio, diverge do irmão. Axel até acredita que a limpeza de toda a baía pode ser mesmo impossível. "Mas, na porção mais ao Sul, próximo à Boca da Barra, onde a Baía possui grande capacidade de depuração, e onde as intervenções previstas no projeto Rio 2016, as metas são muito ambiciosas mas alcançaveis".Vale a pena visitar os blogs e ler as opiniões de cada um dos envolvidos:
Blog de Lars GraelBlog de Axel GraelColuna de Miriam Leitão no jornal O Globo "

sábado, 17 de outubro de 2009

CHUVAS MONSTRAM A DELICADA SITUAÇÃO DE DRENAGEM NO PARQUE



Vejam as fotos tiradas após 4 dias sem chuvas. O PARQUE ainda estava cheio d´água. Isto mostra que a conservação do PARQUE requer trabalhos mais cuidadosos de DRENAGEM



quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Estranhos no PARQUE...

No dia 13 de outubro, o jornal O Globo noticiou, na página 23, caderno Economia uma declaração espantosa do mega empresário (ME) EIKE que, segundo consta, teria "comprado" a Marina da Glória (!!!). Fala o empresário acerca de sua proposta de fazer um trem entre uma de suas propriedades - o Hotel Glória - e o aeroporto público da cidade (o Santos Dumont): "Hoje, já existe uma passarela entre o Hotel e a Marina da Glória. Já apresentamos ao governo do Rio, e vamos ver se é viável [o trem...]. Isto pode ser bom para todos (???). Não adianta ter parques no Rio se ninguém os usa." (????) grifos nossos...
Vê-se que o ME nunca colocou os pés no PARQUE (que julga ter comprado uma parte), pois para ele as milhares de pessoas que vão ao PARQUE são "ninguém"!!!.
Esperamos que o governo do Rio preste mais atenção ao povo que frequenta assiduamente o PARQUE, do que nas afirmações mega imaginativas do novo "dono do Rio"...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Acordão do Tribunal confirma o Tombamento do Parque, e o seu projeto original

O voto do Magistrado MARCELO PEREIRA DA SILVA, da Oitava Turma do Tribunal Regional Federal veio confirmar o que a sociedade civil carioca sabe, e defende: que o Parque do Flamengo é todo tombado, e que a decisão do Conselho Consultivo do IPHAN que decidiu pela sua proteção CONFORME O PROJETO ORIGINAL DE SUA CONCEPÇÃO, é compatível com a finalidade pública do PARQUE.


Veja abaixo trechos da ementa do Acordão, e do voto do Relator, que foi confirmado, por unanimidade pelos todos os outros desembargadores.

"EMENTA
ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL. JULGAMENTO EXTRA PETITA. LIVRE VALORAÇÃO DAS PROVAS. LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO. INEXISTÊNCIA. PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DA MARINA DA GLÓRIA. PARQUE DO FLAMENGO. TOMBAMENTO.
1. Não acolhido o pleito autoral, e constatada a reversibilidade das construções
autorizadas em sede de antecipação de tutela, impende seja determinado que a parte autora restabeleça o terreno alterado ao seu status quo ante, afastada eventual ofensa ao princípio dispositivo.

2. A cognição a ser exercida no momento da prolação da sentença é livre, podendo o
Juízo valer-se de quaisquer dos elementos que integram o conjunto probatório formado nos
autos, não havendo determinação legal que vincule o provimento jurisdicional às
conclusões do Perito Judicial, mormente se a questão discutida é unicamente de direito.
3. Cingindo-se a controvérsia objeto dos autos ao não acolhimento, pelo IPHAN, de
Projeto de Revitalização elaborado para o local conhecido como Marina da Glória, o fato
de a referida área ter sido cedida ao Município do Rio de Janeiro pela União Federal não
impõe a obrigatoriedade de aquele cessionário figurar no pólo passivo da relação
processual.
4. O Parque do Flamengo, situado na cidade do Rio de Janeiro, foi objeto de tombamento registrado em 28.07.1968, sob o nº 39, à fl.10 do Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, condição esta que não foi alterada com a edição do Decreto nº 83.661/1979, que disciplinou a cessão de parte de sua área ao Município do Rio de Janeiro, tratando-se de limitação administrativa que compreende o conjunto formado pelas construções existentes no local à época de sua imposição e pelas obras que, apesar de ainda não implementadas, haviam sido previstas no projeto originário, elaborado para a área por Affonso Eduardo Heidy e por Roberto Burle Marx.
5. Não configura ofensa ao devido processo legal a decisão proferida pelo Conselho Consultivo do IPHAN que, diante de Projeto de Revitalização no qual foram previstas construções não contempladas no plano original do Parque do Flamengo, manifesta-se pela sua incompatibilidade com o tombamento efetuado na área e reitera a natureza non aedificandi do local.
6. Descabe conhecer de recurso interposto por terceiro prejudicado quando não
comprovado, nos termos do art. 499 do CPC, o“nexo de interdependência entre o seu
interesse de intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial”.
7. É intempestivo o recurso de apelação que, embora transmitido via fac-símile, dentro
do prazo para a sua interposição, teve o seu original juntado aos autos após o prazo
legal de cinco dias previsto no parágrafo único do art.2º da Lei nº 9.800/99.
8. Recurso de apelação do Município do Rio de Janeiro e do Ministério Público Federal
não conhecidos. Recurso de apelação da parte autora desprovido.
(os grifos são nossos)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

VITÓRIA DO PÚBLICO_VITÓRIA DA SOCIEDADE CARIOCA.

Fez-se JUSTIÇA pela Justiça!
Sim. A Oitava Turma Especializada do Tribunal Reginal Federal da Segunda Região julgou na quarta-feira, dia 12 a apelação da EBTE (firma prestadora de serviços de gestão da Marina pública da Glória), no qual a empresa insistia em invocar o "seu direito" de construir no local, um empreendimento privado de "revitalização"comercial. Este seu "direito" estaria sendo obstado pela decisão do Conselho Consultivo do IPHAN que decidiu que o PARQUE não era edificável, e deveria continuar a ter somente o que foi previsto no seu projeto original. E, por isto, o IPHAN, que com sua decisão estava protegendo o interesse público, era réu da EBTE nesta ação. Em 2006, após longa batalha da qual participaram ativamente vários movimentos organizados da sociedade civil e o Ministério Público Federal, conseguimos um enorme avanço com a sentença de primeiro grau: esta deu razão ao IPHAN, sentença esta que foi, agora, CONFIRMADA, POR UNANIMIDADE PELO TRIBUNAL!!!!
É verdade que a empresa privada gestora da Marina ainda pode recorrer à Brasília. Mas é também verdade que já não pode mais adiar a retirada dos absurdos postes colocados dentro d'água, poluindo nossa já degradada Baía da Guanabara. E também já não pode mais adiar a retirada do muro que ENVERGONHA o uso público e aberto do PARQUE.
Esta vitória, confirmada pelo TRibunal, só demonstra que há luz no fim do tunel! E que a JUSTIÇA ESTÁ MAIS ATENTA AOS QUE POR ELA CONTINUAM A LUTAR!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

DESABAFO DE UM LEITOR SOBRE A SITUAÇÃO DO ESGOTO NA ZONA SUL E NO PARQUE DO FLAMENGO!

REPRODUÇÃO
Em 18 de Janeiro de 2009 por Thiago Velloso
Sobre o nosso post, falando do projeto da prefeitura de retirar os gazes mal cheirosos da estação elevatória de Parafuso, em copacabana, o leitor Antonio Guedes – que parece ter entendimento real da causa – fez um desabafo:
Gostaria de estar errado.
A Estação Elevatória de Esgotos do Posto 5, na Praia de Copacabana, que eu saiba, está subdimencionada, não dará conta dos esgotos que deveriam estar chegando lá. Temos a CEDAE licitando, anunciando com solução, obra para instalação de maquinário para “retirada” de odores. O correto e necessário seria a substituição das bombas “parafuso”. Estas bombas são verdadeiras batedeiras de esgotos, portanto, “geradoras” de gases , foram colocadas, como provisórias, a mais de trinta anos, deveriam ser substituidas por bombas de maior vasão e de regime fechado.
São extravasados esgotos em Botafogo (junto ao Corpo de Bombeiros e um Posto da Feema na foz do Rio Banana Podre -”colado” à Elevatória da CEDAE Mourisco), no Parque do Flamengo ( na foz do Rio Carioca ), esgotos neste caso do Vale do Carioca ( Silvestre, parte de Santa Teresa, Cosme Velho, Laranjeiras, Catete e Flamengo);todos deveriam estar sendo dirigidos para a elevatória do Posto 5.
A “solução” de construção de uma Estação de Tratamento de Esgotos no Parque Público do Flamengo ( que pouco funcionou e esta parada!), para mim, é, no mínimo, insana. Vão “tirar então o cheiro” de Copacabana e deixar crianças brincando sobre um estrado de madeira que chamam de Urbanização do Leito do Rio Carioca ? Vão ficar também “batendo” cocô, à Céu Aberto, no Parque do Flamengo? Como coletar gazes se é a foz de um Rio e não pode ser mais obstruida do que já é, provocando transbordo de águas de chuvas pelas ruas do bairros ! Só para lembrar: esses esgotos deveriam estar chegando na elevatória da CEDAE na Orla de Copacabana
São, “equipamentos” assim que Homenageiam os que Lutaram por um Parque Público como D. Lota ?
É esta o homenagem aos 100 Anos de Burle Marx?
Estes fatos merecem, pelo menos, uma investigação, você não acha?
Antonio Guedes

terça-feira, 4 de agosto de 2009

ABANDONO E INCOMPREENSÃO AMEAÇAM O LEGADO DE BURLE MARX!

VEJA ABAIXO A REPRODUÇÃO DA NOTÍCIA...
segunda-feira, 3 de agosto de 2009, 20:53 Online - ESTADÃO SP
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,abandono-e-incompreensao-ameacam-legado-de-burle-marx,413001,0.htm

No centenário de nascimento do célebre paisagista, especialistas cobram atenção a sua obra
Daniel Jelin, do estadao.com.br

Burle Marx: "É preciso proteger a natureza como repositório da beleza"SÃO PAULO - Haruyoshi Ono não pode acreditar. Um dia depois de contar ao estadao.com.br que o Parque do Flamengo, no Rio, era a "menina dos olhos" do paisagista Roberto Burle Marx, o prefeito da cidade, Eduardo Paes, postou no Twitter a intenção de promover justamente por lá a etapa inaugural da temporada 2010 de Fórmula Indy. "Só posso achar que é brincadeira. Somos totalmente contra", reage o ex-assistente e depois sócio do mais célebre paisagista brasileiro, cujo centenário de nascimento é lembrado nesta terça-feira (4).

O episódio ilustra bem a constante ameaça que ronda o legado de Burle Marx, inventor do jardim moderno brasileiro. O parque é, entre mais de 2 mil projetos, um dos mais bem sucedidos de Burle Marx. É exemplo único de projeto tombado mesmo antes de ser concluído, nos anos 60, tamanho o impacto da obra. Mas isso nem o livrou de intervenções imprevistas - como a Marina da Glória, que se fez por uma canetada durante regime militar - nem garante sua devida manutenção. Há uma década, o parque passou por obras de recuperação, mas hoje seu estado, na descrição do arquiteto Eduardo Barra, é "lastimável". "Se isso ocorre num parque daquelas proporções, imagine nos espaços menores, mais escondidos", diz.
Esta inquietação levou a Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas em 2007, então presidida por Barra, a solicitar o tombamento de toda a obra de Burle Marx no Rio, cidade em que o paisagista imprimiu uma série de marcas: o calçadão da Avenida Atlântica, os jardins do MAM, do Largo da Carioca e outras dezenas de obras. "É uma forma de frear esse arroubo de criatividade de nossos governantes e mesmo de alguns profissionais que ainda não compreenderam a importância do legado do mestre", diz Barra, dando por exemplo a intenção de um colega de interferir em uma obra de Burle Marx "transformando-a de contemplativa em interativa, seja lá o que isso venha a significar".
O pedido de tombamento foi encampado pela prefeitura e - surpresa - resistiu à troca de administração, em 2008. Mas ainda está no papel: estuda-se agora uma relação de 80 a 100 obras para o tombamento, mas não há previsão para que seja concluído.
Recife, em que Burle Marx também imprimiu uma forte identidade paisagística, está na frente. O inventário de obras está pronto e aguarda-se para este ano o tombamento de seis praças públicas, tanto no âmbito estadual (Fundarpe) como federal (Iphan). E o mais importante: três praças já foram reformadas, uma já tem o plano de restauro pronto e em outras duas nem precisa mexer porque estão razoavelmente bem conservadas, informa a arquiteta Ana Rita Sá Carneiro, especialista em Burle Marx e coordenadora do Laboratório da Paisagem, da Universidade Federal de Pernambuco.
Outros jardins de Burle Marx não tiveram a mesma sorte e sumiram completamente da paisagem: desde jóias privadas, como os da residência de Carlos Somlo, em Teresópolis, até os pátios da Unesco, em Paris, que foram destruídos em uma criticada reforma nos anos 90. Outros se desfiguram e somem aos poucos, como o Jardim das Nações, em Viena, cuja ruína é testemunhada pelo arquiteto paisagista Erich Proglhof, brasileiro de São José dos Campos que mora há 22 anos na capital austríaca. Seu estado atual é "deplorável", conta.

Parque do Flamengo, uma das mais bem sucedidas obras de Burle Marx.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

PARQUE DO FLAMENGO EM JULGAMENTO

Está previsto para amanhã, dia 4 de agosto, no Tribunal Regional Federal, o julgamento do destino do nosso Parque do Flamengo. Está nas mãos dos Desembargadores da oitava turma especializada daquele Tribunal manter as sentença que salvou o Parque da privatização do seu espaço, na Marina. Os muros, para serem derrubados, aguardam apenas a confirmação da decisão vitoriosa, para a população, obtida em primeiro grau. O processo judicial é da EBTE, gestora da Marina, contra o IPHAN, contra a decisão do seu Conselho Consultivo que apenas exerceu corretamente sua competência de preservar, como parque público, esta área tombada, garantindo a não edificabilidade e sua afetação como bem de uso comum do povo! Há notícias que o homem mais rico do país está aguardando o resultado deste julgamento, para "comprar", ou não, este negócio... ops... este pedaço do nosso Parque. Quem defenderá o IPHAN neste julgamento amanhã será a Procuradoria Regional Federal, de quem aguardamos uma bela defesa, para esta bela causa da Cidade, e do Patrimônio Nacional.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

CARTA DO PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DE REMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SOBRE OS "BARCOS AO MAR"

Relato dos acontecimentos do dia 21/06/2009 ocorridos durante a cerimônia de relançamento de barcos ao mar

Um dos objetivos da cerimônia era tornar publica a intenção dos clubes Boqueirão, Internacional e Santa Luzia, de formar uma associação para gerir o futuro Centro Náutico do Calabouço, ainda em fase de planejamento. Estes 3 clubes cederiam parte de suas instalações para formar o centro náutico de remo e canoagem.
Serão 3 projetos distintos de obras civis e aquisição de material, mas integrados sob um mesmo teto e área externa, a ser submetido ao Ministério do Esporte. A planta arquitetônica preliminar foi mostrada no evento. O outro objetivo era denunciar e exercer, através de um ato simbólico, o direito de colocar barcos ao mar, numa área publica que foi cercada por empreendimento privado.
Para atender sua necessidade de expansão e tornar-se um novo Centro de Convenções na cidade, a Marina da Gloria pretende deslocar sua parte náutica operacional para a área defronte aos clubes do Calabouço. Mesmo sem licença de uso do espelho dágua, em área alem daquela onde tem permissão, a Marina cercou toda a enseada da Gloria, fechando com tapumes a entrada da antiga rampa onde os clubes de regatas colocavam seus barcos ao mar.
Na 1a parte da cerimônia, foi feito um breve histórico dos clubes do Calabouço, desde suas fundações na rua Santa Luzia no final do século retrasado, passando pela campanha para obtenção de novos terrenos em função da reurbanização do Castelo (1938-1941), a interferência do presidente Getulio Vargas garantindo que os clubes terão seus espaços, a Lei 905/57 que regulamentou a atual cessão, o aterro do Parque do Flamengo e a instalação dos clubes no Calabouço com uma rampa publica de servidão para acesso ao mar (ainda hoje área da União, fora do Parque do Flamengo), as regatas no mar nas décadas de 1970 e 80, a construção do enrocamento em meados da década de 80 "matando" a raia de 1000 metros e, mais recentemente, as tratativas da FRERJ, a pedido dos clubes, para mediar e defender, primeiro com a Marina (2006) e agora (2008-9) com o poder publico (MPF, IPHAN) o acesso ao mar dos clubes do Calabouço.
Também foi mencionado o projeto de revitalização do remo na Baia de Guanabara ainda em analise no Ministerio do Esporte e, por fim, apresentamos rapidamente o projeto do Centro Náutico do Calabouço e as perspectivas de organizar, tendo por base este centro náutico, maratonas náuticas na BG abertas para qualquer tipo de barco movido pela força humana. Antes de passarmos para a 2a parte da cerimônia foi feito um agradecimento especial ao CR Guanabara pelo envio de yoles e caiaques para recepcionar o barco do Boqueirão no mar. Enquanto esperavam, na água, defronte ao clube Boqueirão, os barcos do Guanabara foram abordados por seguranças, em lancha da Marina, para que saíssem do local. Obviamente, ignoraram o pedido e juntaram-se aos protestos e gritos de repudio do pessoal em terra. Na 2a parte da cerimônia, uma yole-2 do Boqueirão foi levada até a entrada da antiga rampa, onde foi pedido ao segurança que guardava o local para que abrisse o portão para que pudéssemos colocar o barco no mar. Frente a negativa do funcionário e (por radio) de seu superior, decidimos voltar para a mureta de fronte ao Boqueirão e daí, através de uma escada, entramos na área (publica) que fôramos impedidos e, cautelosamente, passamos de mão emmão a yole até o mar, no meio das pedras, pois a antiga rampa foi destruída pela empresa que, sem licença, ocupa o local. Sob aplausos, Guedes, Angelo e seu filho Breno (no lugar do timoneiro), com a camisa do Boqueirão, deram uma volta na enseada no meio dos barcos do Guanabara.
Ao tirarmos o barco da água, já sob os olhares de numerosos seguranças e da policia militar, recebemos a informação que não precisaríamos voltar por onde entramos (pulando a mureta) pois os portões estariam abertos. Aceitamos a oferta e saímos pelo mesmo local onde primeiramente havíamos pedido para abrirem o portão.
A cerimônia foi um sucesso e atingiu seus objetivos, que agora são públicos: a movimentação dos clubes do Calabouço na formação de Centro Náutico e a disposição de lutarem pelo acesso ao mar. A FRERJ, obviamente, estará sempre junto a eles nestes objetivos.

Alessandro Zelesco
Presidente FRERJ

terça-feira, 30 de junho de 2009

O REMO LUTA PELO SEU ESPAÇO NÁUTICO HISTÓRICO NO NOSSO PARQUE

No domingo, dia 21 junho os clubes de remo, a Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro, e o movimento SOS parque do Flamengo organizaram uma atividade de barcos AO MAR na Marina da Glória no Parque Flamengo, recuperando assim essa atividade desportiva histórica dos clubes desde o século XIX.
A saída dos barcos foi feita junto à antiga rampa do Calabouço, local de atraque e saída habitual desses barcos cujo acesso é hoje bloqueado pelas ruínas do estaqueamento das obras embargadas da ex-futura garagem de barcos, parte da ficção tentada pelas autoridades governamentais, associadas à iniciativa privada, para justificar a privatização da área da Marina via jogos Pan americanos. O cerco ao livre acesso dos remadores e seus barcos à Marina da Glória, área de uso público segundo seu projeto original, foi feito por seguranças da concessionária atual da Marina. Os remadores não hesitaram diante das ameaças e agressões verbais e lançaram seus barcos ao mar! Deram assim, um exemplo efetivo em defesa do esporte e da cidade através do remo, uma das principais atividades esportivas do carioca!
A polícia militar também foi chamada pelos seguranças. A poucos metros dali outros iates e barcos repousavam tranquilamente sobre as águas da Marina. Tal evento evidencia a gradativa privatização da Marina da Glória, um espaço público que vem sendo usurpado dos cariocas pela iniciativa privada apoiado por todas as esferas do governo municipal, estadual e federal. Esta última em uma acirrada campanha pela “flexibilização do tombamento(!!!) do Parque do Flamengo.
Nesse período de campanha pró-olimpíadas no Rio tal fato também nos coloca a questão do destino de áreas e verbas públicas em nome do esporte. Finalmente propõe-nos um desafio perfeitamente ao nosso alcance, o de lutarmos em defesa da Marina da Glória e do Parque do Flamengo, seguindo o que o fizeram de modo exemplar os clubes de remo na Marina da Glória em defesa simultânea do esporte e da preservação dos espaços livres e públicos para todos os cidadãos cariocas!

sábado, 27 de junho de 2009

A LUTA PELO ESPORTE

Reproduzimos aqui as notícias da luta do esporte por um espaço aberto a todos, em área pública... no Parque do Flamengo..., mas que foi parcialmente privatizado pelas autoridades, na parte chamada MARINA... Enquanto isto, o RIO apresenta, no exterior, sua candidatura às Olimpíadas! Será que o Comitê Olímpico vai acreditar?

"Gente Boa - O Globo - 25/06/2009
Joaquim Ferreira dos Santos

Os donos da baía

. Terminou na delegacia a inauguração do Centro Náutico Calabouço, formado por três clubes de remo à beira da Baía.
Seguranças da Marina, que foi privatizada, proibiram os barcos de entrar na água. "O espelho d' água pertence à União, afirma o presidente da Federação de Remo, Alessandro Zelesco.


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Gente Boa - O Globo - 22/06/2009
Joaquim Ferreira dos Santos

Contra a maré

. Clubes centenários de remo que estavam desativados, Boqueirão, Santa Luzia e Internacional se fundiram para criar o Centro Náutico do Calabouço. A união encarada como uma espécie de Sadia-Perdigão do esporte, tem como principal bandeira a volta das regatas à Baía de Guanabara - o que não acontece há 25 anos."

sexta-feira, 12 de junho de 2009

SAIU NO GLOBO ON LINE DIA 11.06.2009!!!

"RIO - Enquanto as festas do Dia do Meio Ambiente, devidamente comemorado por políticos em palanques, ainda estão quentes, a verdadeira farra de esgoto lançado nas águas da Baía de Guanabara continua a mesma, mesmo tendo sido denunciada inúmeras vezes. O pior é que a situação consegue se complicar a cada nova observação aérea.
Nesta quarta-feira, na cloaca da Glória, além de esgoto havia óleo e mais um material vermelho e verde não identificados. Na foz do Rio Carioca, era "caca" pura escorrendo da estação de tratamento, parada mais uma vez, diretamente para a Praia do Flamengo.
Ou seja, ser adminitrador público no Brasil é pura alegria e orgia, onde a certeza da impunidade permite tudo aos ilumnados pagos com nossos impostos. Seria bom o Ministério Público agir de forma imediata, pois ninguém mais aguenta tanta impunidade governamental, principalmente a natureza."http://oglobo.globo.com/participe/mat/2009/06/11/leitor-mostra-do-alto-poluicao-na-gloria-zona-sul-do-rio-756301250.asp

sábado, 16 de maio de 2009

Árvores do nosso Parque

Reproduzimos aqui notícia do JORNAL DO BRASIL
"Parque do Flamengo vai ganhar gestor interino
Carlos Braga, Jornal do Brasil
RIO - Após alguns meses sem ter quem cuide dele com dedicação exclusiva, finalmente o Parque do Flamengo, um dos itens que leva o Rio a se candidatar a Patrimônio da Humanidade na categoria Paisagem Cultural, vai ganhar um administrador para proteger e revigorar seus 1.200.000 metros quadrados de área verde.
Junto a fontes da prefeitura, o JB apurou que um nome provisório vai ser escolhido, nos próximos dias, pelo gabinete do prefeito, para exercer esta função. Caberá ao novo administrador articular as ações dos diversos órgãos do governo, que serão envolvidos no trabalho de recuperação do parque, que perdeu 44,2% das árvores do projeto original.
A indicação começou a ser ventilada após reportagem do Jornal do Brasil, publicada no domingo passado, em que verificou a falta de quase 50 % das árvores que havia no projeto original de Burle Marx. Inaugurado em 1965, com cerca de 17 mil árvores, arvoretas e arbustos, o Parque do Flamengo contabiliza atualmente 9.494 exemplares. Ou seja, um buraco de 44,2%.
Investigação do Rotary
Esta estimativa é resultado do trabalho da arquiteta e paisagista Denise Pinheiro. Ela realizou um estudo, encomendado pelo Rotary Club do Flamengo, que durou de junho de 2008 a março de 2009. Durante esse período, a paisagista mapeou cada metro quadrado do parque para verificar quantas árvores faltavam, de qual espécie eram, e em que ponto estavam plantadas. Encontrou vários pontos, onde havia plantados grupamentos de árvores da mesma espécie, sem nenhuma planta.
– Entre o MAM e os clubes vizinhos havia palmeiras que não tem mais. A Praça Salgado Filho, em frente ao Aeroporto Santos Dumont, está abandonada – lamenta Denise Pinheiro. – O espelho d'água não tem mais as plantas aquáticas originais. No jardim do MAM também haviavitórias régias. Hoje em dia não tem mais. Canteiros com espécies arbustivas, que acompanhando o gramado com ondas, também sumiram.
O estudo faz parte da segunda fase do projeto encomendado pelo Rotary do Flamengo. Segundo Fernando Totsch, diretor de projetos da instituição, o plano agora está na fase de orçamento. Para realizá-lo, Totsch terá que seguir algumas orientações do estudo. Como plantar mudas de determinada altura, para que se evite o roubo. As espécies vão ter que ser compradas de diferentes hortos.
– Desse total, muitas plantas sumiram naquela revitalização, talvez tenham sido roubadas."

quarta-feira, 25 de março de 2009

O TOMBAMENTO que protege o PARQUE

enviado por: Sonia Rabello
Diz-se que o tombamento do Parque do Flamengo é um tombamento sui generis ou diferenciado. Será????
Diz-se isto porque, quando foi tombado, o Parque ainda não havia sido concluído - a obra, conforme prevista no Projeto, não estava pronta; entretanto, ele foi tombado a pedido do então Governador do Estado da Guanabara - Carlos Lacerda, que autorizou e financiou esta realização, em sua Administração.
O tombamento foi feito pelo governo federal, através do seu orgão federal de proteção do patrimonio cultural da Nação - o IPHAN. O pedido de tombamento submetido ao seu Conselho Consultivo e, após examinado, ele foi aprovado. Mas, se o Parque não estava pronto, o que afinal foi tombado: o Parque, ou o seu projeto?
A princípio, pergunta pode parecer sem sentido, mas a resposta que a ela se der é importante, pois é esta a diretriz para vários imbróglios e dúvidas acerca da proteção jurídica do Parque. Se o tombamento foi do Projeto, ele protege só o papel, os documentos e desenhos feitos para a sua realização. Se foi do Parque em si, então ele protege de fato, e de direito, o Parque. Porque então ainda se pensa que o tombamento foi do Projeto?
Primariamente, as dúvidas podem ser procedentes, uma vez que o tombamento do Parque, ainda que não se possa considerá-lo sui generis foi, na época, no mínimo inovador e não usual. E isto não só por conta das suas caracteristicas atemporais, como também pelas características físicas do objeto tombado. Senão vejamos.
Partindo-se do princípio (que adotamos) de que o tombamento só pode incidir sobre coisa física, temos que concluir, necessariamente, de que o propósito do ato público da Administração seria a de proteção da obra do Parque. Mas este ainda estava em fase de realização, não se encontrava concluída (sua parte botânica levaria décadas para se desenvolver...). Não obstante, seria importante que a proteção incidisse sobre a coisa que não só ainda estava sendo realizada, como também iria ser concluída ao longo de muitos anos, segundo o PROJETO - que foi considerado exemplar pelo Conselho Consultivo.
Anteviu-se que aquela obra, REALIZADA SEGUNDO AQUELE PROJETO EXEMPLAR, É QUE IRIA RESULTAR NO OBJETO A SER PROTEGIDO.

Bingo!

Por isto é que, sem invencionices, o Parque é formado pelo conjunto de seus vários elementos projetados: o seu acervo botânico, suas áreas e equipamentos de lazer, suas áreas livres, de esporte, educacionais e culturais, cuja soma dá o sentido ao BEM CULTURAL PROTEGIDO - o PARQUE DO FLAMENGO.

O PROJETO é, pois, o roteiro que explica e justifica o sentido daquela obra cultural, objeto do tombamento. E a obra, prima, é protegida cumprindo-se o Projeto, considerado exemplar!

segunda-feira, 16 de março de 2009

A COMUNIDADE MAIS UMA VEZ SE MANIFESTA EM PROL DO PARQUE!

No dia 13 de março de 2009 vários Conselheiros do Conselho Consultivo do IPHAN estiveram no Parque do Flamengo para ver, no local, as possibilidades de aceitar ou não mais uma investida de construções na área da Marina da Glória, e de um anexo ao MAM. Lá encontraram pessoas que lideram o movimento SOS PARQUE DO FLAMENGO, vigilantes, e pedindo a manutenção da decisão de não edificabilidade, e não privatização de qualquer área do Parque. Vários usuários do Parque pararam seus exercícios para perguntar quando os tapumes que cercam a área do bosque, hoje apropriados pela gestora da Marina, seriam retirados, e se havia nova ameaça de construções no local. Ao serem informados dos novos projetos indagaram sobre possibilidade de se manifestarem a respeito. Por isso, brevemente, o MOVIMENTO SOS PARQUE DO FLAMENGO estará organizando nova manifestação no local, para se elaborar outro abaixo assinado popular a favor da manutenção da área pública, aberta e não edificável.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

PARQUE DO FLAMENGO - UM PARQUE ABERTO E PARA TODOS

Estamos retomando o blog do Parque do Flamengo. Isto porque algumas notícias, não verídicas, andam circulando nos meios de comunicação. Um novo projeto para a área da chamada Marina da Glória foi submetido ao IPHAN. 

Este, por ter uma DECISÃO DE SEU CONSELHO CONSULTIVO de que o PARQUE não é edificável (a não ser para os equipamentos já previstos no projeto original do Parque), submeteu a nova proposta, mais uma vez, ao seu Conselho. Em reunião havida na quarta-feira, dia 11 de fevereiro no Rio de Janeiro, o CONSELHO CONSULTIVO DO IPHAN decidiu que o novo PROJETO para a área da Marina, não poderia ser ali aprovado. 

Como o assunto revestia-se de alegada importância para os investidores do esporte profissional e para sua sustentabilidade comercial, e tendo em vista que a proposta foi submetida ao Conselho sem parecer técnico e fora de qualquer processo administrativo, decidiu o CONSELHO que a proposta seria examinada por uma Câmara Técnica do próprio Conselho, a ser criada pela Presidência do IPHAN. 

Assim, o assunto aguarda sua remessa aos estudos técnicos competentes, VALENDO POIS A DECISÃO DA NÃO EDIFICABILIDADE DA ÁREA, SENÃO PARA SUA FINALIDADE ORIGINAL: UM PARQUE PÚBLICO E ABERTO A TODOS OS CARIOCAS!