É isto a sustentabilidade?
Lá, no coração do Parque do Flamengo, aonde vão se
desenvolver as reuniões da Cúpula dos Povos pela Rio +20, o espaço público e o
acesso ao mar (Baía de Guanabara) é objeto de luta, na Justiça Federal, pela
sua manutenção como espaço público, contra sua paulatina privatização.
Há cerca de apenas uma semana, o Ministério Público Federal propôs
mais uma ação na Justiça Federal do Rio, contra a MGX (leia-se Eike Batista),
para que a empresa “restitua à finalidade pública do Parque do Flamengo,
especificamente no que se refere ao acesso público, a área da Marina da Glória”
(...).
Segundo o inquérito civil, mencionado na ação civil pública
proposta, várias partes do Parque foram fechadas com portões e cadeados,
vedando o acesso ao mar por parte da população, e pelos frequentadores do
Parque.
Confira os pedidos do Ministério Público Federal, na ação proposta em 23 de maio de 2012:
“1. Retirada de cadeado do portão de acesso à rampa, situada
na Enseada do Calabouço, nas proximidades do Clube Náutico Santa Luzia,
permitindo acesso público irrestrito de pedestres e barcos no local;
2. liberação do
portão de ferro, situado na escada situada em uma interrupção do muro de contenção
do aterro, nas proximidades do Monumento aos Pracinhas, permitindo acesso
irrestrito de pedestres e barcos no local;
3. liberação do acesso do público à partir da Administração
da Marina da Glória;
4. liberação do acesso ao público à Praia do Flamengo e ao portão
principal da Marina da Glória, com a retirada de cerca implantada no local;
5. retirada da
cisterna, do alargamento do píer em trecho próximo a ela e das estacas
implantadas no espelho d´água em 2007, com a liberação do acesso público ao
mar, possibilitando o uso do trecho em que se encontram para treino e
competições de remo”
Ou seja, o Parque do Flamengo sendo privatizado nas nossas
barbas...
Investimento público, apropriação privada: é isto a
sustentabilidade?