quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

PARQUE DO FLAMENGO (MARINA DA GLÓRIA) - QUESTÃO DE INTERESSE COLETIVO NO RIO DE JANEIRO

Atualizando o acompanhamento :

Há um novo projeto para ocupação da área da Marina da Glória por parte da empresa administradora da área pública federal - o Parque do Flamengo. A administradora desta parte do Parque, denominada de Marina da Glória, hoje pertence ao megagrupo empresarial de Eike Batista.

O projeto tramita no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), mas ainda não foi publicizado, nem para conhecimento do público em geral, nem para audiência pública. Sabe-se que ele foi submetido à Câmara Técnica do Conselho Consultivo do órgão, que não teria entendido que o projeto estava suficientemente informado, ou "maduro" para ser submetido ao Conselho, que se reuniu nos dias 9 e 10 de dezembro.

O Movimento "SOS Parque do Flamengo" apresentou a todos os Conselheiros um memorial sobre o assunto, mas o mesmo não entrou em pauta porque, segundo o Presidente do IPHAN, a Câmara Técnica ainda estaria esperando mais informações sobre o projeto. Esperamos que este seja apresentado à audiência pública, e ao MP Federal, para que também possamos integrar e enriquecer este debate, para o qual a sociedade tanto lutou e contribuiu!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

PARQUE DO FLAMENGO – SOBREVIVERÁ AO ASSÉDIO ? - 3ª parte

Finalizada a maratona das eleições, voltamos ao dia a dia da construção dos Direitos, sobretudo dos coletivos, uma das bases da cidadania, tão propalada.
 
Em nossa pauta, o caso do PARQUE DO FLAMENGO, já que ele é um símbolo da luta na defesa desses direitos coletivos.

Os direitos coletivos, ou mais precisamente os direitos difusos, são aqueles que pertencem à coletividade, à sociedade como um todo. Se diferenciam dos direitos individuais porque não podem ser apropriados individualmente.

A primeira lei brasileira que facultou ao cidadão a defesa dos direitos coletivos foi a lei de AÇÃO POPULAR, de 1965 (Lei nº 4717), que lhe permitiu “pleitear a anulação (...) de atos lesivos ao patrimônio público”(...). Esta lei equiparou ao “patrimônio público”, os bens e direitos de valor “histórico, artístico, estético e turístico”. Nascia aí o pressuposto legal necessário à defesa, em Juízo, dos direitos difusos.

A noção de direitos difusos teve sua estrutura de defesa judicial consolidada em 1985, pela Lei nº 7347, Lei de Ação Civil Pública, que atribui responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, e urbanístico. Sua diferença em relação à Ação Popular é quanto a quem pode propor a ação judicial que, no segundo caso, é o Ministério Público, Defensoria Pública, entes públicos, e Associações Civis.

A Constituição de 1988 veio reforçar a ideia de defesa de direitos difusos e coletivos, tanto no Art. 5º, que trata dos direitos fundamentais, quanto em capítulos específicos que tratam da “Ordem Social”. Ela especifica regras constitucionais especiais à proteção do patrimônio cultural, do meio ambiente, e do direito coletivo à cidade e ao urbanismo.

O PARQUE DO FLAMENGO é da década de 1960. Foi resultado de uma escolha mais feliz, que amenizou um aterro, com objetivos viários, da Baía de Guanabara.

A ideia de proteção dos direitos difusos tem seus marcos ainda recentes, nas leis 1965, 1985 e 1988. No máximo uns 40 anos! Pouco, muito pouco, se compararmos com a cultura centenária brasileira de apropriação privada das terras, e sua exploração dilapidatória, sob o codinome de “desenvolvimento”.

A defesa do PARQUE DO FLAMENGO como um parque público, indivisível, totalmente aberto ao uso comum do povo, como prevê o seu projeto original tombado, é a materialização da defesa dos direitos difusos de proteção do patrimônio cultural, ambiental e urbanístico que ele representa para Cidade, para o Estado e para o País.

Por isto, a defesa deste projeto é um marco real e simbólico da luta pela sobrevivência dos direitos difusos e coletivos no Brasil.

sábado, 30 de outubro de 2010

PARQUE DO FLAMENGO: SOBREVIVERÁ AO ASSÉDIO? - 2ª PARTE

A incrível história de uma insistente tentativa de apropriação de terras públicas destinadas ao uso comum do povo.


1. Em 2006, quando o Juiz Federal F. Oliveira deu a sentença de 1º grau a favor da preservação do projeto original do PARQUE DO FLAMENGO, a sociedade carioca era diferente daquela de 1999, quando o processo judicial feito pela Empresa Brasileira de Terraplanagem (EBTE) tinha sido iniciado. Desde 2004 havia uma ampla mobilização de várias organizações da sociedade civil em prol de seu PARQUE público.

2. Mobilizaram-se a favor da preservação do PARQUE, dentre outras organizações, o Instituto dos Arquitetos do Brasil – RJ, o Sindicato dos Arquitetos, várias Associações de Moradores e a própria Federação das Associações da Cidade do Rio, a Associação dos Arquitetos Paisagistas, todos liderados pelo Movimento SOS PARQUE DO FLAMENGO que, através deste blog, informava (e informa) a agressão ao PARQUE. A imprensa se mobilizou também, com artigos de Zuenir Ventura, Cora Ronái, Guilherme Wisnik, Elio Gáspari, todos a favor da preservação. Hoje, esta ampla adesão da sociedade a favor do PARQUE é objeto de estudos e teses na academia, tal a importância que assumiu.

3. Este movimento tem enorme importância social na Cidade, sendo referência para inúmeros outros, dando esperança de que a sociedade pode e deve ser ouvida em assuntos que envolvem a descaracterização do patrimônio coletivo.

4. Em 2006/2007, com a iminência da realização dos Jogos Olímpicos Panamericanos no Rio, o conflito de interesses chegou ao seu ápice. Isto porque os interessados nos Jogos argumentavam que obras no PARQUE eram essenciais à sua realização. Aparentemente, tinham até obtido financiamento de Banco governamental para isto. Acreditavam que reverteriam, com esta argumentação, a sentença de 1º grau no Tribunal.

5. Travou-se uma guerra judicial, no qual se envolveram a Prefeitura, o Estado, a EBTE contra a sociedade civil e o IPHAN. No Tribunal Federal foram vencidos em tudo. Apenas conseguiram poluir a Baía de Guanabara com os pilares de cimento, que até hoje continuam lá. Perderam nos recursos de agravo, perderam na apelação, perderam nos embargos. Todos os Desembargadores julgaram, em 2009, a favor do IPHAN e da sociedade civil – a favor da preservação do projeto original do PARQUE. Esta é a atual situação judicial, embora o particular, hoje representado pela empresa do Sr. Eike Batista, tenha feito novo recurso, desta vez ao Superior Tribunal de Justiça.

6. Apesar de tudo favorável à preservação do PARQUE, e do seu projeto original, o novo “dono” da Marina não desfaz as obras irregulares. Ao contrário. Com surpreendente “inocência” apresenta novos projetos para a área não edificável, certo de que pode modificar árdua e consolidada decisão do Conselho Consultivo do IPHAN, confirmada pela Justiça Federal. E agora com os argumentos das Olimpíadas de 2016.

Será que pode?

Informe-se das sentenças e pareceres sobre o assunto em:

http://www.soniarabello.com.br - Seção Interesse Coletivo / Parque do Flamengo

Veja sobre os estudos técnicos no site do VITRUVIUS

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

PARQUE DO FLAMENGO: SOBREVIVERÁ AO ASSÉDIO?

A incrível história de uma insistente tentativa de apropriação de terras públicas destinadas ao uso comum do povo.



1. Foi no ano de 2006 que o Juiz F. C. de Oliveira, da 11ª Vara Federal do Rio de Janeiro, proferiu sentença que dizia, resumidamente, que era legal e legítimo o entendimento do Conselho Consultivo do IPHAN no sentido de que o Parque do Flamengo, como área pública tombada, não era edificável, senão para a execução do projeto original do PARQUE.

2. Esta sentença foi emblemática, pois desde que uma parte do PARQUE, chamada de Marina da Glória, havia sido objeto de contrato de administração por uma empresa privada – a EBTE - , contrato este feito pelo Município do Rio, esta empresa tentava executar projetos de construção na área. Contudo, eram construções que não estavam previstas no projeto original do PARQUE. Esta era a razão do veto do IPHAN ao projeto.

3. Por causa desta insistência do IPHAN em cumprir o projeto original do PARQUE, a empresa EBTE recorreu à Justiça nos idos de 1999, quando então obteve liminar para realizar obras, sem licença do IPHAN. Esta autorização judicial somente foi suspensa 7 anos depois, quando da sentença do Juízo de 1º grau (item 1). Em função dela, foram cortadas árvores do bosque de piquenique, cimentados novos espaços de estacionamento, ampliada e cercada a área (com ruptura da circulação do Parque), edificadas tendas e novos espaços “provisórios”, e até fincados pilares dentro da Baia de Guanabara para tomar nova área do mar, a pretexto de ali edificar uma “garagem náutica”. Todas estas infrações continuam a existir no local, a despeito das decisões judiciais em contrário, nos julgamentos de 1º e 2º graus.

4. A questão é muito complexa, e também muito simples. Complexa porque se quer atingir um objetivo específico: o de privatizar 10% do Parque, sem dizer que está privatizando, e construir nesta área um complexo privado de shopping, casa de shows, e lazer de alto padrão, aberto somente ao público pagante. Simples, no sentido de que, a cumprir a legislação municipal, e federal em vigor, no que diz respeito à preservação do patrimônio histórico, meio ambiente (área de conservação), uso e ocupação urbana, parcelamento, e ocupação costeira, as autoridades que gerenciam o Parque do Flamengo, se forem cumprir a lei, repito, devem simplesmente mantêlo íntegro como PARQUE, indivisível, não edificável. Ou seja, cumprir e executar o seu projeto original.

5. Mas isto parece ser cada vez mais complicado, especialmente porque agora, o já conhecido trilionário brasileiro, Sr. Eike Batista, adquiriu a EBTE, empresa que tinha o contrato, com o Município, de administração da Marina. E, como sabemos, o referido empresário é homem muito influente e muito poderoso, e não costuma abrir mão de seus propósitos. Ter para si, ou para uma de suas empresas, uma parte do PARQUE, mais famoso do Brasil, e talvez do mundo, pode ser o resumo da sua glória!

6. O PARQUE, e não só na área da Marina como também em outras de suas áreas, não tem sido devidamente cuidado. Pequenas chuvas causam enchentes em áreas já não mais drenáveis. As árvores, que precisam de adubagem não tem tido estes cuidados, e muitas podem estar condenadas.

Será este o caminho que escolhemos para justificar a privatização do mais bonito PARQUE público do País?

Continuaremos a falar deste assunto, para mais detalhes deste caso, que só não é inusitado porque segue o mesmo caminho de privatização de terras públicas brasileiras.

Estaremos alertas até o dia 4 de Novembro quando, mais uma vez haverá, junto ao Conselho Consultivo do IPHAN, ao que parece, mais nova tentativa de reabrir o assunto.


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

PRENÚNCIO DA NÃO PRESERVAÇÃO DA CULTURA?

EMPRESAS DE EIKE COMEÇAM A MOSTRAR SUAS REAIS INTENÇÕES.


"Apareceu a notícia na imprensa de que o empresário Eike, comprador do tradicionalíssimo Hotel Glória, não pretende reinstalar ali o também tradicional Teatro Glória.  Por quê, se o dinheiro é tão farto, que até presentea uma cantora estrangeira com cheque polpudo de US$ 1 milhão ? Talvez porque este negócio de teatro, de cultura, não seja com ele. Não dá mídia, nem figuração (...).

Mas a administração de parte do Parque do Flamengo - tombado pelo patrimônio cultural - está sob os seus cuidados, ou melhor, seus "descuidados". Dizem que pretende reformar a Marina da Glória, talvez dando o mesmo destino do Teatro Glória?!

Por que não? Ele, neste ponto, não esconde nada. Só não vê quem não quer..."  (Leia mais)

Ainda sobre o assunto, deu no jornal "O Dia":

"O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, quase fica em maus lençóis na noite de premiação do Festival do Rio. Na hora de subir ao palco para entregar o prêmio de Melhor Filme, o prefeito cumprimentou a atriz Débora Bloch, que ciceroneava a noite.

Bloch aproveitou a deixa do mesmo em incentivar a cultura na cidade para lembrar ao prefeito que era preciso resgatar o Teatro Glória, tradicional espaço para as artes cênicas da cidade que terminou sendo destruído com a reforma do Hotel Glória, comprado pelo empresário Eike Batista.

O público presente no Cine Odeon se levantou e as palmas foram longas e entusiasmadas. Eduardo Paes terminou usando o momento de berlinda para dizer que a prefeitura ia em breve inaugurar o Teatro de Ipanema e, quem sabe, no próximo ano, anunciar mais um espaço para o teatro que, nas palavras de Débora Bloch, é `o primo pobre do cinema´."

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

E a festa continua ... no lugar que era um Parque! no Flamengo...


1. Cada vez mais, para a infelicidade dos frequentadores do Parque do Flamengo, parte dele, seccionada e denominada Marina da Glória, na Zona Sul do Rio, se torna local improvisado de shows e eventos sociais. Desde melodias “envolventes” de pagodeiros, os batidões de funk, as famosas músicas “bate estaca” do ritmo eletrônico, até as corridas de lancha$; tudo contribuindo, todos os dias, para a descaracterização dos belos jardins e espaço público projetado por Roberto Burle Marx.
2. Muitos já têm a ideia de que a região tem tão somente este fim, afastando-se cada vez mais de sua verdadeira destinação. Tudo isso sob as barbas dos órgãos competentes(?), que ignoram o total descontrole que caminha a passos largos no local. Veja abaixo os últimos eventos anunciados e imaginem como fica a situação a cada final de reunião de milhares de pessoas ávidas por diversão.
“Neste sábado, o festival Chemical Music, sucesso em cinco edições realizadas na Barra da Tijuca, chega à Zona Sul e recebe o público na Marina da Glória. Nesta sexta edição, diferentemente dos outros anos, o evento passa a acontecer à tarde: os portões se abrem às 15h, e a festa acaba só às 4h. A curadoria do festival pretende atender aos gostos do frequentador da noite carioca. Para isso, o evento abrangerá os principais gêneros da cultura jovem de pista. (...). O público será recebido em duas tendas cobertas, reservadas para três mil pessoas, um clubstage para 500 e um palco a céu aberto para oito mil. São esperadas 15 mil pessoas, de acordo com a organização”. - Jornal “O Globo” – 23.09.2010
"Na noite deste sábado, 18, o Exaltasamba se apresentou na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, para comemorar o lançamento do DVD de 25 anos do grupo. ". - Ego Notícias - 19.08.2010
"Não é só de samba que se faz um carnaval. De pagode também. Você é incapaz de confundir Péricles, Thiaguinho, Pinha, Brilhantina e Théll? Sabe de cor e canta alto todas as letras do Exaltasamba? Então você é um exaltamaníaco. Batizado com o apelido dos fãs do quinteto de pagodeiros, o bloco de carnaval do Exaltasamba se apresenta pela primeira vez (...) no Rio, na Marina da Glória, com supershow de lançamento do DVD “Exalta 25 anos”. O evento terá seis horas de duração (...)". - Jornal Extra - 18.09.2010
3. E tudo parece normal .... pobre dos jardins, (ex-jardins), dos pequenos animais,...pobre de nós! E tudo isto depois da Justiça Federal, de primeira e segunda instâncias terem dito e ratificado que os critérios do IPHAN para a área tombada da Marina, como área não edificável, estavam corretos para os fins de preservação!
4. Mas, quem liga para isso? Seria só figuração?
Onde está o IPHAN, o Ministério Público Federal, a Justiça Federal, o Município, a ordem pública, o respeito a lei?
Leia abaixo queixa publicada na Carta dos Leitores, no Globo, no dia 24.9.2010 sobre o barulho no local!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Marina da Glória - Nova casa de shows

Já tomada pelo seu novo dono, a Marina da Glória vira casa de shows




Noticiado no site Guia da Semana

"É bom o carioca começar a se programar. Foi divulgada a data da edição de 2010 do Chemical Music 2010. O festival de música eletrônica acontece em 25 de setembro, na parte externa da Marina da Glória, com horário previsto para começar às 16h e terminar às 4h da manhã do dia 26.

A estrutura do evento promete três tendas e um grande palco principal para a apresentação dos DJs. Alguns nomes de peso foram confirmados, como o francês Joachim Garraud (foto), com seu house exclusivo, o norte-americano Claude Vonstroke que traz sets exclusivos de techno, o hip hop do inglês Yoda, entre outros."

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O PARQUE E SUA MORTE LENTA

Sob as barbas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e sob os auspícios da Prefeitura, de empresas privadas e da Caixa Econômica, este Parque público é destruido a cada evento!

Veja abaixo as fotos do descontrole, sob a forma de patrocínio aos esportes! Será que a voracidade pela destruição faz parte indelevel da nossa cultura?

Por isso vamos continuar com Tolerância Zero, também para as áreas públicas... O público não é de ninguém. Aonde estão os fiscais responsáveis?
 
 


terça-feira, 22 de junho de 2010

NAS BARBAS DA JUSTIÇA... E DAÍ?

Deu hoje, 22.06.2010, no Alcelmo Góis, de O Globo: (Ancelmo Goisoglobo.com.br/ancelmo)

"Rádio arquitetura
O arquiteto Índio da Costa é quem vai tocar o projeto de revitalização e expansão da Marina da Glória, do grupo Eike Batista"

O NOSSO PARQUE DO FLAMENGO JÁ É DO EIKE????  É BOM PROCURAR O RESPONSÁVEL....

quarta-feira, 16 de junho de 2010

PARQUE DO FLAMENGO NO RIO: UMA GRILAGEM "AUTORIZADA"!

1. Grilagem é a tônica da apropriação de terras no Brasil. Tecnicamente, a grilagem se faz por meio de falsas escrituras de terras. Nas terras e bens públicos ela se faz pela "tomada" dos espaços, pela sua manutenção ilegal através de longuíssimos processos judiciais e, posteriores pressões, ou acordos com governantes de plantão para "regularizar" estas situações que se estabilizam pela força da inércia governamental.




2. Assim se dá no Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro. Há 11 anos - isto mesmo onze anos ! - tramita na Justiça uma ação judicial na qual os contratados para gerir uma Marina Pública de barcos tentam transmutar o seu contrato de administração em um contrato de cessão de terras públicas. Ou melhor, em uma secção de um Parque público, instalando ali um clube privado de eventos.


3. A Justiça Federal já decidiu em 1ª (em 2006), e em 2ª instância - e em plena pressão do PAN - que era e é legítima a decisão administrativa do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em manter o Parque público não edificável. Seccionar o Parque seria um grave precedente que contruibuiria no desmantelamento e na destruição deste bem público.

4. A decisão do Tribunal Regional Federal, no Rio, neste sentido, é de agosto de 2009. Depois disto, o particular, "dono" do contrato de administração da área, hoje o mega-empresário (acima da lei?) E.Batista, opôs recurso à decisão - embargos de declaração e infringentes, pois não tinha "entendido bem o que os desembargadores tinham decidido". Perdeu também, com a decisão em dezembro de 2009. Agora recorreu ao Superior Tribunal de Justiça.


5. Enquanto vai "enrolando" na Justiça, mantêm a área com grades, tira árvores, asfalta a beira da enseada, promove shows caipiras no local onde havia parque; enfim, age como se fosse já dono do seu "clube" privado, e nada, absolutamente nada acontece para retorno à legalidade, apesar das decisões judiciais em contrário.


6. O que chama a atenção em tudo isto é que tudo se dá à margem da lei, apesar das ações judiciais. A impunibilidade em relação à apropriação do patrimônio público é gritante. E, após quase 12 anos parece que tudo vira natural. Há crianças que nasceram e, com 12 anos já começam a ver como "natural" as grades no Parque, e aquele espaço como um clube privado de shows.


7. Quando a ação judicial tiver 20 anos será que sua decisão poderá ser efetivada? Ou será este o tempo que os novos "donos" da área precisam para se consolidar, socialmente, na área pública grilada, sob os olhos da sociedade, do Poder Público e do Judiciário?

Vejam as decisões judiciais no site http://www.soniarabello.com.br/  , na seção Interesse Coletivo/Parque do Flamengo

sábado, 29 de maio de 2010

LUTA DAS ASSOCIAÇÕES DE MORADORES PELO FIM DOS SHOWS NO PARQUE

Várias Associações de Moradores tentam, ainda sem sucesso, o fim dos shows no Parque do Flamego, e na Praia de Botafogo.

Ainda não conseguiram.  O pedido coletivo parece ter sido arquivado pelo MP. 

Mas a luta continua.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

PARQUE DO FLAMENGO: ELE MORRE E OS REIS APROVAM!


1. Qual o sentido democrático de se estabelecer regras? Simples: elas valem para todos.
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2. O Parque do Flamengo é um Parque Botânico sem regras. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que o tombou como Patrimônio Nacional não estabeleceu regras para conservação do espaço e das plantas que dão sentido ao Parque. A Prefeitura, pior ainda; apesar de ter a responsabilidade de sua manutenção e, no Plano Diretor vigente, o ter constituído como Unidade de Conservação ambiental, também não estipula as regras para seu uso e conservação.
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3. O Parque do Flamengo, festejado internacionalmente, está literalmente morrendo. E, é claro, antes que morra já chegam os “abutres” para comer um pedacinho da sua carne (...).
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4. A ausência de regras de uso do Parque que é, repito, uma Unidade de Conservação Ambiental botânica e paisagística, é objeto de permissividades constantes. Praticamente, toda semana, eventos desportivos, religiosos, náuticos, aéreos, e extraterrestres invadem a grama, maculam as árvores, matam os pequenos animais, invadem de carros e caminhões os seus caminhos. Deixou um, tem que deixar o outro. Por que discriminar, se o Parque não tem regras? Ou melhor, a regra é a opinião do "rei" de plantão: seja o rei na Prefeitura, seja o rei do IPHAN (temos muitos reinos, e muitos reizinhos nestes pequenos reinos!).
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5. Pensamos que estamos numa democracia? Ledo engano. Aristócrates, o velho, dizia que um estado democrático se caracteriza pela existência de regras pré-estabelecidas. Já a tirania se caracteriza pelo fato da autoridade de plantão - o príncipe (hereditário ou eleito) – poder estabelecer, ele mesmo, a regra para a cada circunstância nova que se lhe apresenta, pelo simples fato de estar no poder, ou numa parcela dele, no momento. Em que estado, então, achas que estamos?
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6. Pré-estabelecer as regras é a base do Estado Democrático; é tão importante, ou talvez mais, do que votar - alias, só votamos porque existe uma regra que obriga a isto! Qualquer outra coisa é tirania no poder, disfarçada, eleitoralmente, de jogo democrático!
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Veja abaixo as fotos da preparação do próximo super evento “extra-terrestre” no Parque! Propósito imediato = estontear as massas...

Propósito imediato: matar os pequenos animais, e sacrificar mais as plantas sobreviventes!



 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Não esqueçamos quem são os reizinhos os responsáveis por esta lenta destruição!
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E o nosso legislativo? O que faz? Ou não faz? Ou não sabe o que fazer?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A IMPERMEABILIZAÇÃO DO PARQUE PÚBLICO SEGUE AVANÇADA!

Caminhões invadem, sem qualquer restrição, as áreas do PARQUE, onde antes havia árvores e grama!




ISTO É DENTRO DO PARQUE, OU EX-PARQUE, APROPRIADO AGORA POR PARTICULARES PARA UM CLUBE NÁUTICO DE ALTA RENDA!




CAMINHÕES TRANSPORTAM BARCOS E LANCHAS DE shEIKs!

Link: Aqui Credito das fotos: André Durão

VEJA OS CUSTOS DE ACESSO AO EX-PARQUE PÚBLICO, "REVITALIZADO"...:

"Para o público:
Quem quiser acompanhar o GP Brasil Class 1 de Motonáutica de dentro da Marina da Glória pode comprar os ingressos através do site www.ingresso.com ou na bilheteria do local.

Os tickets foram divididos em visitação e camarotes e podem ser adquiridos em forma de pacotes ou individualmente, para cada dia do evento. Os valores variam de R$50 a R$350. Também estão disponíveis ingressos para o Class 1 Experience, que inclui camarote e uma volta no circuito na “lancha madrinha”.
Confira os valores dos ingressos para o evento:
• Sexta (treinos livres): R$50,00 (R$ 25,00 – meia entrada)

• Sábado ou domingo (treinos livres e corrida): R$ 110,00 (R$ 55,00 – meia entrada)
Camarotes (não tem meia-entrada)
• Sexta: R$ 150,00
• Sábado ou domingo: R$ 350,00

Class 1 Experience
Sexta, sábado e domingo: R$ 800,00"

BEM POPULAR, NÃO ACHAM?!

confiram no link:http://esporte.ig.com.br/mais/2010/03/24/rio+de+janeiro+ja+esta+no+clima+da+velocidade+do+gp+brasil+class+1+de+motonautica+9437878.html